segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

A Reforma ou meia reforma

Ao tempo da Reforma, a igreja já havia consolidado o seu poder, de modo que dificilmente havia qualquer linha divisória entre a Igreja e o estado. A hierarquia eclesiástica governava com mão de ferro. Quando a Reforma Protestante teve início, havia quatro movimentos principais: o Luteranismo, o Calvinismo, o Anabatista e o Anglicano. Cada um destes recuperou algumas das verdades perdidas, mas três desses quatro se tornaram igrejas estatais e todos continuaram a definir a igreja em termos de pessoas reunindo-se num edifício, sendo obrigadas a receber os sacramentos e as instruções do clero. Os reformadores recuperaram o “sacerdócio dos crentes”, no sentido de que a salvação é um assunto pessoal e a Bíblia tornou-se acessível ao crente individual. Mas as igrejas protestantes continuaram a limitar a atividade mais importante somente ao clero. O leigo continuou relegado ao papel de participante passivo.  O crente tem sido dirigido pela classe clerical até ao dia de hoje, com raras exceções, tais como a dos “Brethren”, porém, até mesmo estes já se transformaram numa sacola de misturas.
        Conquanto a Reforma tenha recuperado o “sacerdócio dos crentes”, no sentido de terem estes um relacionamento direto com o Senhor [Hebreus 4:16], ela fracassou em restaurar a visão corporativa da Igreja, a qual permite que todos os crentes funcionem realmente como sacerdotes. “Cada ano, no ‘Domingo da Reforma’, é urgentemente proclamado que a Reforma venceu a batalha pelo sacerdócio dos crentes. O desejo é certamente o pai do pensamento, mas ainda falamos desejos e não fatos. As exatas congregações que escutam a proclamação negam-na pela sua política, sua vida congregacional e até mesmo pela sua arquitetura da verdade que afirmam esposar... Nossas palavras traem as celebrações de vitória do nosso Domingo da Reforma. A batalha não foi ganha ainda; não ocupamos o campo onde o sacerdócio dos crentes seja um fato” (Joseph Higinbotham & Paul Patton, “Searching Together”, Vol. 13:2). E se pessoas como Bill McCartney, fundador dos Promise Keepers, tem sua maneira, o laicato deveria render-se novamente, de maneira total, ao clero profissional.  O fundador McCartney grita sob aplausos: “Aqui estou: os Promise Keepers não se importam se vocês são católicos”. Ele também encoraja o laicato a voltar aos seus pastores porque: “Não podemos dividir corretamente a palavra da verdade. Precisamos de vocês para nos ensinarem”.  (Bill McCartney, Promise Keepers ’94, Seize the Moment Men’s Conference, Portland, junho 18, 1943, conforme registrado por Dagger, obra citada, p. 12).
         Vimos, portanto, como a igreja primitiva foi institucionalizada e corrompida pela introdução de todos os tipos de doutrinas, formas e tradições  questionáveis, tais como reuniões aos domingos e dias santos, Natal, Páscoa, Dia de Todos os  Santos, ou Dia de Finados, cuja véspera é conhecida como Halloween. A Igreja moderna tem-se tornado uma casa de comércio - quer seja das  indulgências da Igreja Católica Romana ou da licenciosidade da Meta-Igreja do “buscador amistoso”. Será que estamos seguindo a estrada estreita da verdade e auto-negação da cruz, ou a estrada larga da auto-atualização, da prosperidade e do comprometimento?  Será esta a  exata instituição que está nos levando a um novo nascimento ou nos conduzindo à grande apostasia? 

FONTE: http://www.desafiodasseitas.org.br/ 

obs: Lacaiato: grupo de leigos


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